Canteiro de obras high tech: startups de construção civil estão mudando o jeito de construir.

As construtechs, ou startups de construção civil, estão começando a mudar os canteiros de obras. Entre as inovações trazidas por essas empresas estão drones que supervisionam equipes, aplicativos para gerenciar projetos e sistemas modulares que reduzem o desperdício.

Um levantamento da FGV (Fundação Getulio Vargas) revelou que só 9,2% das empresas brasileiras usam o BIM (modelagem de informação da construção, na sigla em inglês), que possibilita planejar de ponta a ponta uma edificação e corrigir erros antes que eles aconteçam.

“Não adianta continuar empilhando blocos e querer que o resultado seja diferente”, diz Diego Mendes, analista de sistemas e engenheiro civil que fundou a Construcode, plataforma que organiza projetos de uma obra em etiquetas de QR Code.

Em cada andar de um prédio em execução há plaquinhas de diferentes cores com o código, uma para o sistema de ar condicionado, outra para os pontos de luz, outra para a hidráulica etc. “Basta aproximar o celular e escanear o código para abrir o projeto”, diz o empreendedor.

Quando o projetista altera uma planta no sistema, ela é atualizada para todos os envolvidos. Isso evita que os profissionais em campo se baseiem em um projeto inválido e ainda economiza papel.

Outro gargalo do setor é a gestão da obra: o responsável por vistoriar os serviços pode não ver alguma coisa porque não está lá o tempo todo.
Para prevenir esse risco, a plataforma Maply faz uso de imagens captadas por drones para gerar modelos 3D, com definição e a precisão tão grandes que é possível visualizar o diâmetro de uma tubulação.

Outra startup em destaque é a Neogyp, que aposta em um sistema de construção com blocos de gesso. O método agiliza a construção, gera menos resíduos e diminui o consumo de cimento, ferro e areia.